HOMENAGEM A CIRO FLAMARION CARDOSO E MAURÍCIO AZEDO
Tive a honra de conhecer esses dois homens. Ciro Flamarion foi um marxista, tinha compromisso com uma história crítica e que partia do ponto de vista das classes subalternas. Maurício Azedo foi um homem da práxis, um socialista até o final, militante do PCB e do PDT e presidente da ABI. Ciro foi meu orientador na graduação e no mestrado em História Social Antiga na UFF. Maurício Azedo era meu tio-avô e tive a honra de conhecê-lo melhor no curso da luta contra a repressão política promovida pelo governo Cabral no ano de 2011. Nesse mesmo ano, defendi minha dissertação de mestrado e tive total apoio do Ciro também nessa luta. Não concordávamos em tudo, afinal, sempre fui trotskista e na época militava no PSTU, mas os marxistas de verdade, os socialistas de verdade são capazes de se relacionar de forma fraterna mesmo na diferença e de dialogar e trocar ideias de forma produtiva. Esses são homens que devem ser sempre lembrados pela contribuição que deram para o país. Ciro era o maior historiador nosso vivo e um grande intelectual de esquerda e Maurício Azedo continuava na vanguarda da luta em defesa das liberdades democráticas e dos direitos humanos. Para mim, que tinha uma ligação pessoal com eles, é uma obrigação moral manter viva a memória de sua luta. Aqueles que dedicam suas vidas à luta pela transformação social, liberdade e justiça, e mais ainda, pela revolução socialista, e que dedicam suas vidas a pensar a realidade contribuindo para a maior compreensão da mesma, promovendo o avanço do conhecimento humano não morrem nunca, permanecem para sempre vivos na eterna luta pelo progresso social e pela emancipação humana. A batalha pela desmistificação da ideologia dominante e contra as injustiças sociais é uma necessidade objetiva do presente, é um legado positivo para as gerações futuras e é uma forma de honrar aqueles que lutaram no passado.
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