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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O Batman de Christopher Nolan: o herói contra "o bandido bom é bandido morto".

Pra quem não entendeu o Batman do Christopher Nolan, que era diferente do Batman do Tim Burton que era um psicopata justiceiro que enfrentava psicopatas criminosos numa cidade adoecida pela miséria e pela criminalidade, o Batman de Nolan era um vigilante que agia fora da lei para fazer cumprir a lei, diante da corrupção policial, mas em nenhum momento ele se iguala aos bandidos, apesar de sua brutalidade ele não mata. A principal oposição desse Batman não é entre ele e criminosos psicóticos como Coringa (aliás, o Coringa sobra na trilogia do Nolan, que quer discutir a noção de justiça e o medo como motor das ações humanas, nesse sentido o Duas Caras é mais central do que o Coringa no filme de Nolan, sendo o Coringa de Burton e Nicholson mais fiel ao personagem, mais louco e menos "filosófico"); a principal oposição desse Batman é com a Liga das Sombras, Ra's Al Ghul é como se fosse um Batman assassino, o que ele poderia se tornar, a sombra do Batman, seu lado obscuro, sua versão do mal. Contra o Bane o Batman diz: "Você foi expulso de uma gangue de psicopatas!". Essa era a sua opinião e a sua diferença em relação aos demais membros da Liga das Sombras, organização de justiceiros que o treinou, mas com a qual rompeu. O Batman de Christopher Nolan é contra "o bandido bom é bandido morto". 
No Batman de Nolan o inimigo principal nunca é o que enfrenta o Batman ao longo do filme. No primeiro filme, o inimigo do Batman é o Espantalho, mas no final se revela que o verdadeiro inimigo era Ra's Al Ghul e o Espantalho não passava de um fantoche. No início do filme Ra's e Bruce Wayne são amigos. Em O Cavaleiro das Trevas, o Coringa enfrenta o Batman, mas no final é a degeneração de Harvey Dent que ameaça tudo pelo que lutaram ele e o Comissário Gordon; no início do filme, Harvey é um promotor corajoso e honesto, aliado do Batman, e depois se torna o Duas Caras. No último filme, o terrorista Bane, o único que conseguiu fazer frente ao Batman no combate físico se revela no final um pau-mandado de Talia, filha de Ra's Al Ghul e amante de Bruce Wayne. Então, o verdadeiro inimigo sempre se revela no final. Os inimigos que enfrentam o Batman durante o filme representam o medo: o Espantalho (uma figura arquetípica do medo), o Coringa (um palhaço assassino) e Bane (um terrorista). E os inimigos que se revelam no final representam uma visão distorcida de justiça: Ra's Al Ghul (a justiça do "olho por olho, dente por dente"), Duas Caras (a justiça como fruto do acaso, sendo decidida na sorte) e Talia (a justiça como vingança). E o Batman representa a justiça verdadeira, aquela que não pode ser manipulada pela lei a serviço dos poderosos e corruptos e nem aquela que é própria dos justiceiros que agem como juízes e executores, ele é um vigilante que cuida do povo de Gotham, um protetor, e um herói que transita entre a figura do herói e do anti-herói, o que o identifica com a Mulher-Gato, uma anti-heroína que namora com a figura da heroína, e assim como Sherlock Holmes o Batman faz par romântico com uma ladra, o que mostra a atração dele pela emoção desse mundo, cujos crimes ele combate.


Rafael Rossi

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

SEGUINDO EM FRENTE



O amor é um raio de esperança
nesse cemitério dos vivos
O amor é um raio de esperança
nessa terra de almas mortas
O amor é um raio de esperança
nessa cidade de sombras caminhantes.

A coragem é um raio de luz
que brilha até amanhã
A coragem é um raio de luz
que faz nascer o sol do amanhã
A coragem é um raio de luz
que ilumina nesse reino de trevas.

A vontade é o fogo que arde
mesmo quando tudo é escuridão
A vontade é o fogo que arde
quando o frio congela até mesmo os corações
A vontade é o fogo que arde
quando o mundo é um inferno de medo e dor.

Amor para esperançar pelo melhor do mundo
Coragem para iluminar os caminhos da vida
Vontade para queimar as barreiras à felicidade.

Que haja amor pra regar o solo onde brota o pão
Que haja coragem pra se dar o grito de liberdade
Que haja vontade pra seguir sempre em frente.



Rafael Rossi