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domingo, 3 de janeiro de 2021

TESOURO DIRETO: PROGRAMA COM FOCO NO PEQUENO INVESTIDOR

 


 

            “O Tesouro Direto é um programa criado pelo Tesouro Nacional, que permite que qualquer pessoa com um CPF possa investir em títulos públicos, pela internet, a partir de aproximadamente trinta reais.

            O investimento em títulos públicos é um investimento de renda fixa.”

(Tesouro Direto: Guia do Investidor. Realização Tesouro Nacional. Apoio: PNUD e Enap. Produção: Cerebral)

 

            O programa Tesouro Direto foi criado em 7 de janeiro de 2002 e possibilita a aquisição de títulos públicos por qualquer pessoa física com CPF, dando ao pequeno investidor acesso ao investimento direto nesses ativos ofertados pelo Tesouro Nacional.

            O Tesouro Direto permite investimentos a partir de R$ 30,00 (trinta reais). A modalidade de investimentos do Tesouro Direto é de renda fixa.

            A renda fixa é uma modalidade de investimentos em que o investidor conhece as condições de rentabilidade no momento da aplicação.

            Podem investir no Tesouro Direto todas as pessoas que possuam um CPF e sejam cadastradas em uma instituição financeira habilitada a operar no Tesouro Direto.

           

TESOURO DIRETO E O MERCADO DE RENDA FIXA

            Os investimentos de renda fixa mais conhecidos do mercado são a poupança, o Certificado de Depósito Bancário (CDB), a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e os títulos públicos – no caso, o Tesouro Direto (...)”

            “Quando você decide investir no Tesouro Direto, você empresta dinheiro para o Tesouro Nacional (emissor do seu investimento), cobrando juros por isso ao longo do tempo.”

(Tesouro Direto: Guia do Investidor. Realização Tesouro Nacional. Apoio: PNUD e Enap. Produção: Cerebral)

            Investimentos de renda fixa, como a poupança, o CDB, a LCI e a LCA contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). O FGC foi criado para garantir que o investidor receba o dinheiro que investiu de volta, caso a instituição financeira em que o investimento foi realizado vá à falência.

            O Tesouro Direto é a única opção de investimento existente no mercado que é 100% garantida pelo Tesouro Nacional. Além disso, o título público comprado no Tesouro Direto fica registrado no número do CPF do investidor. As compras podem ser realizadas diariamente pela internet.

            Os investimentos no Tesouro Direto são os mais seguros da economia. O próprio Fundo Garantidor de Créditos investe boa parte das suas reservas em títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional.

 

O QUE SÃO TÍTULOS PÚBLICOS?

            “Título público é um instrumento pelo qual o governo toma um empréstimo do investidor (sociedade) e paga no futuro (no vencimento do título) o valor emprestado acrescido de juros.”

(Tesouro Direto: Módulo 1 – Introdução ao Tesouro Direto. Coordenação de Produção: Escola de Administração Fazendária – ESAF. Coordenação Técnica e Conteúdo: Secretaria do Tesouro Nacional. Desenvolvimento: Avante Brasil Tecnologias Educacionais)

            No Guia do Investidor produzido pelo Tesouro Nacional pode-se ler a seguinte explicação sobre o que são e como funcionam os títulos públicos:

            Quando o governo gasta mais do que arrecada, gera-se uma dívida (pública), que é realizada por meio da venda de títulos cujo montante, acrescido de juros, será pago em uma data futura. Mas, considerando alguns limites, qual é o sentido de o governo se endividar?

            Assim como o bom uso do crédito por um cidadão facilita o alcance de grandes conquistas (a compra de sua casa própria, por exemplo), o endividamento público, se bem administrado, permite ampliar o bem-estar da sociedade e o funcionamento da economia.

            Quando, por algum motivo, o Estado Brasileiro precisa de recursos, ele pode arrecadá-los principalmente de duas formas: com tributos (impostos, taxas e contribuições) ou com a emissão de títulos públicos”.

            No material de Introdução ao Tesouro Direto do Tesouro Nacional aparece a seguinte exposição sobre o que são os títulos públicos e como funciona a dívida pública:

            Se o governo gasta mais do que arrecada, ele forma uma dívida (pública) ao tomar emprestado da sociedade. Ele faz isso vendendo títulos públicos e devolvendo aos que lhe emprestam o mesmo montante acrescido de juros numa data futura. Estes títulos geralmente são comprados por bancos, fundos de investimento, investidores estrangeiros etc”.

            Os títulos públicos são negociados apenas escrituralmente, não existindo um documento físico que represente o título. O título adquirido pode ser consultado a qualquer tempo por meio do extrato do investidor no site do Tesouro Direto ou na instituição financeira por meio da qual a operação de compra do título foi realizada.

            Ao comprar um título público do Tesouro Direto o investidor empresta dinheiro ao governo brasileiro recebendo em troca o direito a uma remuneração no futuro por este empréstimo equivalente ao valor emprestado mais os juros na taxa contratada.

            Investindo no Tesouro Direto, além de se beneficiar de uma alternativa de aplicação financeira segura e rentável (em comparação com a poupança, por exemplo), o pequeno investidor também ajuda a financiar a dívida do país, promovendo, segundo o Tesouro Nacional em seu Guia do Investidor do Tesouro Direto, os investimentos do Estado Brasileiro em saúde, educação, infraestrutura e outras áreas indispensáveis ao desenvolvimento do Brasil.

 

TÍTULOS PÚBLICOS OFERTADOS PELO TESOURO DIRETO

            “O Tesouro Direto foi criado com foco no pequeno investidor. Com pouco mais de trinta reais já é possível começar a investir.”

(Tesouro Direto: Guia do Investidor. Realização Tesouro Nacional. Apoio: PNUD e Enap. Produção: Cerebral)

 

1 – TESOURO PREFIXADO (LTN – LETRAS DO TESOURO NACIONAL)

            O Tesouro Prefixado (LTN), como o próprio nome indica, é um título prefixado, o que significa que possui rentabilidade definida no momento da compra. Ao comprar esse título, você faz a aplicação (compra o título) e recebe o valor de face (valor investido somado à rentabilidade contratada), na sua data de vencimento.”

(Tesouro Direto: Módulo 1 – Introdução ao Tesouro Direto. Coordenação de Produção: Escola de Administração Fazendária – ESAF. Coordenação Técnica e Conteúdo: Secretaria do Tesouro Nacional. Desenvolvimento: Avante Brasil Tecnologias Educacionais)         

            O Tesouro Prefixado é um título que possui rentabilidade definida no momento da compra.

            Os títulos Tesouro Prefixado têm taxa de juros fixa e o investidor sabe exatamente o valor que vai receber no vencimento do título. É indicado para objetivos de médio e longo prazo.

 

2 – TESOURO IPCA+ (NTN-B PRINCIPAL – NOTAS DO TESOURO NACIONAL SÉRIE B PRINCIPAL)

            O título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA ao longo do investimento. Se você deseja fazer poupança de médio/longo prazos, inclusive para aposentadoria, compra de casa própria e outros investimentos, esse título é um dos mais indicados, já que ele protege o seu investimento da inflação se mantido até o vencimento.”

(Tesouro Direto: Módulo 1 – Introdução ao Tesouro Direto. Coordenação de Produção: Escola de Administração Fazendária – ESAF. Coordenação Técnica e Conteúdo: Secretaria do Tesouro Nacional. Desenvolvimento: Avante Brasil Tecnologias Educacionais)         

            O Tesouro IPCA+ é um título que possui uma rentabilidade relacionada à variação da inflação, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mais os juros definidos no momento da compra.

            O título Tesouro IPCA+ é o investimento ideal para se proteger dos efeitos negativos da inflação e é indicado para objetivos de longo prazo.

 

3 – TESOURO SELIC (LFT – LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO)

            Os títulos Tesouro Selic são títulos pós-fixados que possuem rentabilidade atrelada à Taxa Selic. A Taxa Selic é a taxa de juros básica da economia determinada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central.”

            “O Tesouro Selic é o tipo de título mais indicado para quem quer começar sua reserva de emergência ou quer fazer um investimento de curto prazo.”

(Tesouro Direto: Guia do Investidor. Realização Tesouro Nacional. Apoio: PNUD e Enap. Produção: Cerebral)

            O Tesouro IPCA+ e o Tesouro Selic são títulos pós-fixados, isto é, que possuem uma rentabilidade relacionada a um indexador que varia ao longo do tempo.

            O Tesouro Selic é um título que possui rentabilidade relacionada à taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. É um título mais indicado para o curto prazo, sendo um título bastante seguro por apresentar pouca variação no seu valor de mercado.

            O título Tesouro Selic é indicado para reserva de emergência e investimentos de curto prazo.

 

TESOURO DIRETO E IMPOSTO DE RENDA

            O imposto de renda é cobrado apenas sobre os rendimentos dos títulos comprados no Tesouro Direto. Além disso, a alíquota é regressiva, ou seja, quanto maior o prazo do investimento menor o imposto a ser pago. Aplicações com prazo de até 180 dias têm alíquota de IR de 22,5%; aplicações entre 181 dias até 360 dias, 20% de IR; aplicações de 361 dias até 720 dias, 17,5% de IR; e aplicações com prazo acima de 720 dias, 15% de IR.

            Desse modo, é interessante deixar o título rendendo o máximo de tempo possível e resgatar no seu vencimento, ou, pelo menos, depois do prazo de 720 dias para pagar menos imposto e ainda obter maiores ganhos em juros.

 

 

CONSUMO, CONSUMISMO E OBSOLETISMO PLANEJADO

 


 

            No vídeo “A História das Coisas”, sucesso na internet visto por milhões de pessoas de todo o mundo, são apresentados os conceitos de obsolescência planejada e obsolescência perceptiva. A obsolescência planejada foi desenvolvida pelas indústrias para que as coisas se tornem inúteis tão rápido quanto possível. A tecnologia dos computadores, por exemplo, muda tão rápido que em poucos anos se torna quase um impedimento para a comunicação. A obsolescência perceptiva é fabricada pelas empresas por meio da publicidade e da propaganda e também da moda. Os indivíduos são bombardeados com publicidade e são convencidos de que valem o quanto consomem. Os consumidores jogam fora coisas que ainda são perfeitamente úteis. Para que troquem suas coisas por outras novas sem que precisem, as empresas mudam apenas a aparência das coisas, fazendo daqueles que não estão na moda socialmente inferiores. Uma se dá na esfera da produção e outra se dá na esfera do consumo.

            Esse vídeo de Annie Leonard, cientista ambiental que trabalhou com organizações como o Greenpeace e dirige o Projeto História das Coisas, também fornece outro conceito, o de exteriorização dos custos. Os produtos a preços baixos para os consumidores têm esses preços porque os trabalhadores que os produzem e vendem ganham pouco e têm suas condições de saúde e o meio ambiente onde vivem deteriorados. Isso é exteriorização dos custos.

            No livro “A História das Coisas”, baseado no documentário, é exposta a diferença entre consumo e consumismo. Diz a autora: “Enquanto consumo significa adquirir e utilizar bens e serviços para atender às necessidades, consumismo refere-se à atitude de tentar satisfazer carências emocionais e sociais através de compras e demonstrar o valor pessoal por meio do que se possui”. E há ainda o superconsumismo, que “é quando utilizamos recursos além dos necessários e dos que o planeta pode suprir”.

            Marcuse foi um filósofo que refletiu sobre a nossa sociedade. Para ele, “o obsoletismo planejado” e “a produção e consumo do supérfluo” são traços fundamentais da sociedade capitalista desenvolvida na época contemporânea. Na nossa sociedade, “a mercadoria que tem de ser comprada e usada traduz-se em objetos da libido”. Desse modo, a vida humana e todas as suas manifestações vitais, físicas e mentais, são marcadas pelo valor de troca e até o seu desejo e sua vontade são coisas ou podem ser projetados em coisas que são compradas e vendidas. Além disso, a elevação do padrão de vida a níveis nunca antes experimentados tornou uma necessidade objetiva um elevado padrão de vida. Isso quer dizer que as pessoas se tornaram prisioneiras de sua situação social, escravas de suas coisas. Para completar, os meios de comunicação de massa martelam nas cabeças dos indivíduos aquilo que eles devem desejar. A própria identidade do indivíduo contemporâneo é construída pela massificação de marcas e exemplares da arte de entretenimento.

            E qual é o resultado prático disso tudo na vida das pessoas? No livro “A História das Coisas” podemos encontrar parte da resposta para essa pergunta. De acordo com Annie Leonard e Ariane Conrad, autoras do livro, em 2005, os chamados gastos pessoais, que representam o valor destinado a bens e serviços em uma família, alcançaram 24 trilhões de dólares no mundo todo. Nesse mesmo ano, só os americanos, tinham 832 bilhões de dólares em dívidas de cartões de crédito. De acordo com dados do censo dos Estados Unidos: “As dívidas dos consumidores aumentam numa taxa duas vezes maior do que suas rendas”.

            Sendo assim, além dos impactos ambientais negativos, o consumismo tem gerado o superendividamento dos consumidores e das famílias, que acumulam dívidas que se tornam impagáveis. E isso é uma realidade também no Brasil. Os gastos com o pagamento de dívidas se somam às contas de luz, água, gás, alimentação, transporte, moradia e superam a renda mensal. Superar o consumismo depende de nós. A partir de uma atitude de buscar a valorização do que é essencial, diferenciar o que é básico daquilo que é supérfluo e elencar objetivos de curto, médio e longo prazo para a nossa vida. Já o obsoletismo planejado é algo um pouco mais complexo porque se situa no âmbito da produção. Portanto, nesse caso, cabe a nós, coletivamente, como consumidores, trabalhadores, investidores, cidadãos cobrar das grandes empresas uma atitude responsável e honesta, cobrar responsabilidade social e responsabilidade ambiental. Não somos obrigados a ser clientes ou a financiar empresas que não tenham compromisso com o planeta e com a sociedade. Exigir essa responsabilidade das empresas também é exercer a cidadania.