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sexta-feira, 18 de março de 2016

Rompendo com a lógica dos campos: por uma política classista


Em tempos em que conceitos como o de luta de classes e consciência de classe saem do vocabulário e das análises de boa parte dos partidos e intelectuais de esquerda e cedem lugar a teses que enxergam a realidade como dividida em campos (o campo progressivo e o campo reacionário) e ao pragmatismo político, a rendição ao capitalismo como o estágio final da civilização, seja ele selvagem ou "humanizado", os últimos acontecimentos parecem contrariar essa concepção neorreformista. No momento em que os movimentos sociais começaram a se posicionar contra o golpe da direita reacionária, o governo Dilma sanciona a lei antiterrorismo, que pode e será usada contra os movimentos sociais em ocupações de terras e de prédios públicos no futuro ou mesmo em atos de rua durante grandes eventos, por exemplo. Já que não há grupos terroristas no Brasil, essa é a única finalidade de uma lei antiterror no Brasil do ponto de vista da burguesia. A maior parte da burguesia agora se coloca contra Dilma e Lula e a favor do impeachment, um golpe institucional, parte do processo de golpe judiciário-parlamentar, que começa com a intervenção judicial na disputa política nacional apoiada por manifestações de rua de massas fascistas de classe média e da classe alta e culmina no golpe parlamentar que é o impeachment sem base jurídica suficiente; mas essa mesma burguesia pró-impeachment apoia o ajuste fiscal do governo federal, do governo PT-PMDB, e a retirada de direitos sociais dos trabalhadores brasileiros. A defesa da democracia passa também pela defesa dos direitos sociais, porque, do ponto de vista da classe trabalhadora, a democracia é a democracia política, mas também a democracia social; a Constituição sem os direitos sociais é uma Constituição liberal, não democrática, e a democracia, uma democracia formal. A defesa da democracia passa também, evidentemente, pela luta contra o impeachment, contra o golpe fascista do setor derrotado nas últimas eleições e que não respeita a soberania popular. E, por fim, a defesa da democracia passa pela luta contra a lei antiterrorismo e a defesa dos direitos civis e políticos, das liberdades fundamentais. Nesse sentido, é preciso unir as centrais sindicais em luta, cada uma mobilizada no seu campo político (esquerda governista e oposição de esquerda) para a construção de uma Greve Geral, uma mobilização que necessariamente irá se enfrentar tanto com o governo como com a oposição de direita encabeçada por PSDB-DEM-PPS, pois os eixos principais e que resumem o programa da burguesia para o país hoje e, portanto, o foco da resistência popular são contra o ajuste fiscal, contra o impeachment e contra a lei antiterrorismo. É preciso unir CSP-CONLUTAS, CTB e CUT em torno dessas bandeiras. No campo eleitoral, a oposição de esquerda deve abandonar o sectarismo existente entre as organizações que estão na oposição de esquerda e construir uma Frente de Esquerda e Socialista entre PSOL, PSTU e PCB para as eleições municipais de 2016 para eleger vereadores socialistas em todo o país e fortalecer a luta dos trabalhadores dentro e fora da institucionalidade, conscientizando também os explorados e oprimidos da necessária independência de classe. Somente com uma política classista e um programa socialista somados ao esforço de unir a classe trabalhadora, a juventude e os setores oprimidos da sociedade será possível derrotar o atual golpe judiciário-parlamentar e a construção de um Estado Policial em nosso país, bem como o aprofundamento e radicalização do projeto neoliberal contra os direitos sociais do povo trabalhador e a barbárie fascista que começa a se manifestar na agressão sistemática de militantes e organizações de esquerda. Para fortalecer os movimentos sociais, sua unidade e a democracia dos trabalhadores contra a barbárie neofascista e neoliberal devem ser organizadas em todas as cidades do país em que isso for possível Assembleias Populares dos Movimentos Sociais, Estudantis e Sindicais para debater, decidir e organizar as pautas e as lutas necessárias para derrotar a classe capitalista brasileira, que é apoiada pelo imperialismo estadunidense, em sua ofensiva contra as classes subalternas. Isso é ainda mais importante num momento em que a situação política brasileira é marcada por um equilíbrio catastrófico, em que nenhum dos campos (Frente Popular e Oposição de Direita) em disputa são capazes de derrotar o outro, o que tende a levar a uma saída bonapartista, cesarista, autoritária, fascista para a crise, como ensina o marxismo e como ensina a história do século XX; o vazamento da informação, pelos próprios veículos da grande mídia, de que militares de alta patente conversariam nos bastidores com autoridade civis se colocando à disposição de agir para manter a ordem pública se necessário,os pedidos de intervenção militar nos atos da direita e o papel desempenhado pela mídia burguesa, o Ministério Público e o Judiciário com medidas de provocação gerando uma situação de conflito social aberto devem acender o sinal de alerta.O perigo é real. Só a mobilização independente da classe trabalhadora contra os patrões e o aparato repressivo de Estado poderá levar à vitória.

GREVE GERAL CONTRA O AJUSTE FISCAL, O IMPEACHMENT E A LEI ANTITERRORISMO!
FRENTE DE ESQUERDA E SOCIALISTA PARA AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2016!
FORMAÇÃO DE ASSEMBLEIAS POPULARES NOS BAIRROS E CIDADES DO PAÍS UNINDO OS MOVIMENTOS SOCIAIS E AS LUTAS! DEMOCRACIA DIRETA E PODER POPULAR!

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